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"A Era da Informação oferece muito à humanidade, e eu gostaria de pensar que nós nos elevaremos aos desafios que ela apresenta. Mas é vital lembrar que a informação -- no sentido de dados brutos -- não é conhecimento, que conhecimento não é sabedoria, e que sabedoria não é presciência. Mas a informação é o primeiro passo essencial para tudo isso."
Arthur C. Clarke

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Como cuidar de familiares idosos dentro de casa?

Com o crescimento constante do número de idosos no Brasil e no mundo, você já parou para pensar na forma como as famílias encaram esse problema e resolvem as questões do dia-a-dia? Tê-los em casa, dependentes de cuidados, exige uma série de entendimentos, indispensáveis para a família que decide encarar essa responsabilidade. A americana Aléxis Abramson escreveu sobre isso e procurou abordar questões ligadas ao psicológico e à rotina daquele que assume um idoso dentro de casa.
A idéia de escrever um livro para familiares que cuidam de parentes idosos e para profissionais da área de saúde, surgiu de repente, quando Aléxis Abramson, diretora de um centro de atenção a idosos em Atlanta, percebeu a tristeza de uma paciente que não conseguia discar os números do telefone, por não enxergar direito. Naquele momento ela percebeu que muitas coisas poderiam ser feitas para facilitar a vida de todos ali. Mandou instalar telefones com números maiores e na mesma semana vários outros itens passaram a fazer parte do centro, entre eles, bengalas, dobradiças, amplificadores para telefones e cartas de baralho com números e símbolos bem grandes.

“Nossos pais envelheceram e precisam de nós – Como cuidar deles sem enlouquecer” - Editora Landscape.
O livro busca esclarecer algumas principais questões, como, por exemplo: como conseguir ajuda dos familiares, como evitar conflitos com o parente idoso, como favorecer a autonomia e independência de quem cuida, como harmonizar as tarefas de atendente com outras atividades e como evitar o sentimento de culpa.
O Brasil, que já foi celebrado como o país dos jovens, tem hoje cerca de 13,5 milhões de idosos, que representam 8% de sua população. Em 20 anos, seremos o sexto no mundo com o maior número de pessoas idosas. O dado serve de alerta para que o governo e a sociedade se preparem para essa nova realidade não tão distante. Esse índice não se restringe apenas a nós. A população no mundo está ficando cada vez mais velha e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por volta de 2025, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que crianças no planeta.
O tema do livro é delicado e pouco discutido, mas, de uma forma ou de outra está presente constantemente na vida de muitas famílias. Principalmente na vida das mulheres. Exatamente por isso, Aléxis Abramson dedica à obra ao sexo feminino. Cuidar de um familiar idoso tem recompensas, mas exige dedicação e trabalho, especialmente quando se tem sua própria vida para tocar. Milhões de mulheres enfrentam a realidade desse duplo dever. Como cuidar de seu familiar idoso, das crianças, da casa e do trabalho sem ficar completamente louca?

Manter o senso de humor é um dos principais recursos. Mas será possível sentir-se feliz tendo que cuidar de um familiar idoso? “A resposta é sim. Procure alguma coisa que a faça rir de si mesma; alugue filmes divertidos, leia revistas de variedades ou ligue para alguém otimista. Vá ao cinema com seu marido ou amiga, tente ver o lado engraçado das situações do dia-a-dia”, explica Aléxis em trecho retirado do livro.

A pessoa que se dispõe a cuidar de um idoso não pode deixar de se alimentar bem e descansar. Fazer uma pausa de vez enquando também vai além de um merecimento; é uma necessidade. “Uma pausa vai ajudá-la a restaurar as energias, seu foco e sanidade, o que vai melhorar a qualidade de atendimento ao seu familiar necessitado”.
No capítulo 3 Aléxis ensina os leitores a conseguirem apoio das pessoas ao redor e no capítulo 5, mostra formas de ajudar o idoso a fazer mais por si próprio. “Se está cuidando de um familiar, não parta do princípio de que ele não pode fazer nada por si mesmo ou por você. Todos gostam de se sentirem úteis e necessários. Descobrir coisas que ele pode fazer ajuda a ambos”.
Aí vêm dicas preciosas de como esse idoso pode ajudar nas tarefas diárias:
- Se eles têm dificuldades em ficar de pé ou carregar peso, peça que dobrem roupas sentados no sofá ou que preparem a massa de um bolo na mesa da cozinha.
- Indique palavras cruzadas ou peça que eles separem pratos e talheres.
- Se a artrite nas juntas dos dedos atrapalha o movimento, eles podem tirar o pó de móveis ou organizar revistas e livros.
- Se há crianças em casa, sugira que leiam histórias ou participem com elas de jogos de salão ou baralho.


O sentimento de culpa é algo muito comum nos casos onde o idoso passa a fazer parte da vida da família. “Acontece com todos os atendentes, porque eles imaginam que não estão fazendo o possível ou por não terem feito mais antes da doença ter se agravado (...) Porém, muitas dessas razões não têm relevância, mas seus efeitos são destrutivos. Se você quer ser um bom atendente, tem que evitar que os sentimentos de culpa drenem suas melhores energias”. O livro de Aléxis possui capítulos muito bem elaborados, sempre abordando questões relevantes para a boa saúde (tanto física quando psicológica) do familiar que se dispõe a cuidar de um idoso.

Crédito da matéria: AÇÃO & COMUNICAÇÃO.

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