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"A Era da Informação oferece muito à humanidade, e eu gostaria de pensar que nós nos elevaremos aos desafios que ela apresenta. Mas é vital lembrar que a informação -- no sentido de dados brutos -- não é conhecimento, que conhecimento não é sabedoria, e que sabedoria não é presciência. Mas a informação é o primeiro passo essencial para tudo isso."
Arthur C. Clarke

sábado, 14 de abril de 2012

E a cor surgiu no preto e branco.



Hoje trago uma daquelas janelinhas que nos permitem ver tempos perdidos com outro auxilio para além das letras, quadros e, neste caso, fotografias a preto e branco que são a maioria dos registos que possuímos.


A fotografia enquanto arte foi sempre fruto de experimentações não só nas temáticas e mas também nas técnicas o que se projectou no desenvolvimento de suportes, formas de captação e também de revelação.
Inicialmente o preto e branco imperava e foi com muitas experimentações que se alcançou a hoje tão banalizada cor.
Uma dessas experiências foi feita pelo fotografo russo Serge Prokudin-Gorskii (1863-1944) nos inícios do século XX.


Tal como outros pioneiros da imagem Produkin-Gorskii foi um químico, nascido em São Petersburgo, que devotou toda a sua vida à fotografia.
Do seu trabalho surgiram as primeiras patentes de fotografias a cor e de filmes com movimento.



Ele foi capaz de capturar a cor ao tirar três diferentes fotografia de cada cena, sendo que cada uma tinha um filtro de cor diferente, azul, vermelho e verde.
Quando sobrepunha os três filtros com a luz adequada a incidir sobre eles conseguia obter uma projecção de imagem colorida bastante fiel à cena original.
Não tinha, no entanto, conhecimentos sobre como revelar as imagens com cor.



Quando estas imagens foram recuperadas e os três originais de cada uma foram montados num programa de computador o resultado foi soberbo.
Numa altura em que apenas se possui o registo a preto e branco surgem agora imagens da Rússia pré-revolução e I Grande Guerra, a cores, com as suas paisagens e personagens marcantes.
Um mundo hoje perdido.



Foi o próprio Czar Nicolau II a pedir ao fotógrafo que andasse por terras frias russas e captasse a natureza do império o que ele fez de 1909 a 1915.
Para percorrer onze regiões da Rússia o fotografo deslocava-se num comboio especial, providenciado pelo Ministério dos Transportes que lhe permitia levar o seu equipamento (incluindo câmara-escura) a igrejas e mosteiros mas também a fábricas, que fotografava deslumbrado com a emergente onde industrial.
O seu foco não se afastou das pessoas, retratando muitos habitantes russos e suas actividades laborais e do dia a dia.


O seu objectivo era retratar e mostrar nas escolas e locais com interessados a diversidade que era a Rússia.
Assim os russos podiam aumentar o seu orgulho com a variedade cultural e histórica da sua pátria.
O método não era, no entanto, perfeito sendo necessário que as pessoas estivessem parados numa mesma posição durante algum tempo o que não acontecendo podia dar origem a um pequeno desfocado, como se pode observar em algumas das imagens.


Depois da revolução o fotógrafo exilou-se em Paris, levando consigo apenas os seus 2000 negativos, que em 1948 foram vendidos à Biblioteca do Congresso Americano pelos seus herdeiros.

Em 2001 foi organizada uma exposição das sua fotografias restauradas, The Empire That Was Russia, que contou com milhões de visitantes.





Fonte: Do excelente, Avieladoocio.

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